Triste fim de Lula, o garoto levado das empreiteiras
Por
Ricardo Noblat
Na
eleição presidencial do ano passado, a campanha da presidente Dilma Rousseff e
o PT bateram duro, muito duro na candidata Marina Silva (PSB) porque uma de
suas amigas e conselheiras, Neca Setúbal, era um dos herdeiros do Banco Itaú. E
daí? Pois é...
Em
alguns sites chapa branca, Neca foi apresentada como “a bilionária que comanda
a campanha de Marina”. Em outros como “a fada madrinha de Marina”. O que se
pretendeu foi atingir a imagem de Marina de candidata de origem pobre e
independente.
Pouco
importava que Neca, especialista em Educação, tivesse assessorado Fernando
Haddad quando ele se candidatou e se elegeu pelo PT prefeito de São Paulo.
Naquela ocasião, o PT fez que não viu a condição econômica de Neca. Como se a
condição a condenasse.
O
PT, a começar por sua filiada mais ilustre, Dilma, subiu nos tamancos revoltado
com a ligação que se faz de Lula com a construtora Odebrecht. Ontem, por sinal,
o presidente da Odebrecht acabou indiciado por vários crimes – um deles o de
corrupção.
Nos
dois governos de Lula, a Odebrecht foi a construtora que mais tomou dinheiro
público emprestado pelo BNDES. Foi também, com a ajuda de Lula, a que mais
conseguiu bons negócios em outros países. A princípio, nada demais.
O
que parece excessivo: ao deixar a presidência, Lula tornou-se palestrante
preferencial da Odebrecht e lobista dela aqui dentro e lá fora, coisa que ele
teima em negar. E isso é muito diferente do que fazem ex-presidentes americanos
e ex-primeiros-ministros ingleses.
Porque
Lula não é um ex-presidente qualquer. Depois de Dilma, ninguém é mais influente
no governo dela do que Lula. Qualquer sugestão que ele faça tem tudo para ser
aceita. E em outros países se sabe disso. Daí o tapete vermelho que lhe
estendem.
Ex-presidentes
americanos não podem concorrer a nenhum cargo público. Ex-presidente brasileiro
pode. E Lula não esconde a ambição de suceder Dilma. De resto, é pouco crível
que construtoras envolvidas aqui em corrupção se comportem muito bem lá fora.
A
associação com gente mal comportada não recomenda Lula, não é mesmo? Imaginem
se o Itaú tivesse reformado a casa de Marina no Acre sem lhe cobrar um
tostão... A OAS reformou um tríplex de Lula e um sítio dele sem nada lhe
cobrar. Pura bondade!
Marina
está em paz no canto dela. Neca, também. Lula está sendo investigado por
tráfico de influência. A condução da economia no segundo e malfadado governo
Dilma segue nas mãos de um banqueiro, Joaquim Levy.
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