Função da OAB: produzir manchetes a favor do PT
Veja algumas manchetes recentes emplacadas pela Ordem dos
Advogados do Brasil:
- Presidente da OAB diz ser ‘natural’ reunião [secreta] de
ministro [José Eduardo Cardozo] com advogados [das empreiteiras investigadas
pela Operação Lava Jato] (G1)
- OAB rebate Barbosa e defende reunião entre advogados e
autoridades (Valor)
- OAB quer impedir [o juiz] Sergio Moro de usar documentos
jurídicos da Odebrecht (Folha)
- Parecer da OAB aponta ‘desrespeito ao sigilo profissional’
de advogados da Odebrecht (Estadão)
- OAB diz que redução da maioridade é inconstitucional e que
pode ir ao STF (Folha)
- Governo e OAB reagem a manifestações de preconceito contra
Dilma e Maju (O Dia)
Ordem dos Amigos do Brahma
São apenas alguns exemplos colhidos a esmo entre milhares.
A OAB está cumprindo direitinho o seu papel de
legitimar as posições petistas diante do público ingênuo, com a autoridade
de entidade “isenta” especializada em direito - exatamente como a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil faz como suposta representante da
Igreja Católica.
Nem o Instituto Lula defende tanto o PT quanto o presidente
da OAB, Marcus Vinicius Coelho, e seu comparsa Pedro Paulo Guerra de
Medeiros - ou o assessor político da CNBB, Daniel
Seidel, não à toa ex-candidato petista a deputado federal (2002) e
distrital (2014), como já retratei aqui.
O histórico da dupla
Como boas almas petistas, Marcus e Pedro Paulo, que atua como procurador
nacional adjunto de Defesa das Prerrogativas da OAB, têm um história antiga de
problemas com a Justiça.
Além de réu por improbidade administrativa, Marcus foi
acusado em fevereiro de enganar os pobres, embolsando honorários
irregularmente, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça.
Segundo a Época, “as merendeiras e os professores do
Piauí, que recebiam menos de um salário mínimo nos anos 90, ganharam na Justiça
indenização de 400 milhões do governo estadual. Mas um grupo de advogados,
liderado por Marcus Vinicius Coelho, que nem sequer atuou no caso, estava
faturando – e antes de muitos dos trabalhadores – 108 milhões desse total. A
corregedoria do CNJ considerou irregulares os honorários dos advogados e
mandou suspender os pagamentos.”
Esse é o Marcus que deseja ser ministro do Supremo
Tribunal Federal.
Além dos próprios esforços do presidente da OAB em defesa de
Dilma e PT, Ricardo Lewandowski se esforçou muito para que ele fosse indicado por
Dilma, mas até Luiz Edson Fachin podia passar com mais facilidade no
teste de reputação ilibada.
Em 2013, poderia ter sido o Lula, também, o autor
do discurso de Marcus ao ser eleito presidente do Conselho Federal da OAB:
“O nosso compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o
exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites dirigentes”.
De exercício do poder das elites dirigentes, seu
comparsa Pedro Paulo entende.
O advogado goiano, que chegou a ser preso
em 2007 em meio a denúncias de fraude nas provas para ingresso na
advocacia, deu suporte jurídico no processo do mensalão ao tesoureiro petista Delúbio
Soares, condenado a oito anos e onze meses de prisão por formação de quadrilha
e corrupção ativa:
“Se um cliente normal meu tomasse essa pena, eu falaria:
‘Fica tranquilo’, porque é óbvio que iam revisar e diminuir. Mas, nesse caso do
mensalão, é tudo fora do padrão”, defendia ele na revista Piauí, atacando o STF como faz
agora com Sergio Moro – e sendo repercutido pelos blogs sujos do PT, como o
Brasil 171.
Para Pedro Paulo, a prisão podia até fazer bem à imagem
dos condenados.
“Em seis meses, eles vão virar mártires. O PT não vai deixar
a nação se esquecer daqueles que estão presos”, disse o advogado militante.
Quem não se esqueceu foi ele próprio, cujo escritório de
advocacia em Brasília deu uma vaguinha de “estagiário” para o “mártir”
João Paulo Cunha (PT-SP), oferecendo ao petista também condenado
no julgamento do mensalão um salário de 1.500 reais mensais.
Essas, senhoras e senhores, são as pessoas “isentas” que
emplacam no noticiário as manchetes da OAB e da CNBB. Duas entidades tão ativas
politicamente quanto distantes dos ideais fundadores de suas
respectivas doutrinas: o direito e o cristianismo.
As siglas de ambas deveriam aparecer em vermelho nos
jornais, com o número 13 embutido e uma estrelinha no fundo.(Felipe Moura Brasil)
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