SÉRGIO MORO BLOQUEIA R$ 20 MILHÕES DE JOSÉ DIRCEU
DIRCEU ESTÁ SOB INVESTIGAÇÃO POR
SUPOSTO RECEBIMENTO DE PROPINAS DISFARÇADAS NA FORMA DE CONSULTORIAS
O juiz federal Sérgio Moro, que
conduz as ações da Operação Lava Jato decretou o bloqueio de até R$ 20 milhões
do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula). O magistrado confiscou
ainda o mesmo valor de outros 7 alvos da investigação que levou à deflagração
da Pixuleco, 17º capítulo da Lava Jato: Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão
de José Dirceu, JD Assessoria e Consultoria, empresa controlada pelo
ex-ministro e já desativada, Julio Cesar dos Santos, ex-sócio de Dirceu,
Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu, TGS Consultoria e Assessoria em
Administração, lobista Fernando Moura, ligado ao PT, e Olavo de Moura Filho.
Dirceu foi preso nesta
segunda-feira, 3, em casa. Condenado pelo Mensalão, ele cumpria prisão
domiciliar em Brasília.
O magistrado decretou a mesma
medida até R$ 2 milhões para parentes do lobista Fernando Moura: Anitta Erbella
Hourneaux de Moura, Leonardo Erbella Hourneaux de Moura, Livia Erbella
Hourneaux de Moura, Thiago Cotrofe Hourneaux de Moura.
“Os bloqueios serão implementados,
pelo BacenJud quando da execução dos mandados de busca e de prisão. Junte-se
oportunamente o comprovante aos autos”, determinou Moro. “Observo que a medida
ora determinada apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou
nos investimentos, não impedindo, portanto, continuidade das atividades das
empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade
econômica real. No caso das pessoas físicas, caso haja bloqueio de valores
atinentes à salários, promoverei, mediante requerimento, a liberação.”
O ex-ministro está sob
investigação por suposto recebimento de propinas disfarçadas na forma de
consultorias, por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, já
desativada. Dirceu será transferido ainda hoje para Curitiba, sede da Lava
Jato. A Polícia Federal incluiu a JD Assessoria e Consultoria em um
grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro”
em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco – construção
iniciada em 2007, que deveria custar R$ 4 bilhões e consumiu mais de R$ 23
bilhões da Petrobras.
A 17ª fase da Operação Lava Jato,
deflagrada nesta segunda-feira, 3, que tem como alvo principal o
ex-ministro, foi batizada de Operação Pixuleco. O nome é uma referência ao
termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para falar sobre o
dinheiro cobrado de empreiteiras do cartel que atuava na Petrobrás. (AE)
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