FARSA – Dilma e outros petistas querem usar bomba contra Instituto Lula para atacar ato do dia 16 em favor do impeachment. Isso, sim, é terrorismo!
Os petistas estão de tal sorte
perdidos e de tal modo se descolaram na realidade brasileira que já não medem
mais as consequências das coisas que enunciam. E, por óbvio, sem querer ser
tautológico, as falas são tão mais irresponsáveis quanto mais altas são as
responsabilidades dos que lançam bobagens ao vento. A começar da presidente da
República.
Na quinta à noite, um artefato
explosivo, de fabricação caseira, foi jogado na calçada do Instituto Lula, em
São Paulo. A explosão chegou a danificar um portão. É coisa de bandido? É claro
que é. As polícias, inclusive a Federal, têm de investigar para tentar chegar
aos responsáveis? É evidente! E em os encontrando? Que sejam punidos segundo os
rigores da legislação — não dará para enquadrá-los numa lei de combate ao
terrorismo porque o PT nunca aceitou que se votasse uma.
É tolice ter de declarar que se
trata de um ato condenável, tão explicitamente condenável ele é. Mas daí a ver
no episódio a escalada da intolerância, como fez a presidente Dilma, segundo
quem o ato poria em risco até a democracia, bem, há aí a diferença que vai do
óbvio à estultice. Afirmou a governanta no Twitter: “A intolerância é o caminho
mais curto para destruir a democracia. Jogar uma bomba caseira na sede do
Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de
respeito à diversidade do povo brasileiro”.
Ai, ai… Mais um pouco, a
presidente recupera a retórica das catacumbas da ditadura, quando se
assegurava: “Os subversivos são portadores de uma ideologia exógena, contrária
à índole pacífica e ordeira do povo brasileiro”…
É claro que os vagabundos que
praticaram aquele ato, se presos, têm de ser punidos, mas a presidente também
poderia dar um exemplo. Volta e meia, ela faz alusão a seu passado de membro de
grupos que praticavam ações terroristas. Naquele caso, as bombas não eram tão
primitivas e matavam mesmo. Nunca vi um mea-culpa presidencial. Ao contrário:
Dilma empresta aquelas jornadas ares de heroísmo e diz até que aqueles grupos
defendiam a democracia, o que é uma mentira objetiva.
Jaques Wagner
Jaques Wagner, nada menos do que ministro da Defesa, resolveu engrossar o coro dos insensatos — e olhem que o homem é apontado como alternativa moderada entre os petistas. Não só decidiu emprestar à coisa um peso político que nem sabe se tem como aproveitou para fazer politicagem, criticando a Polícia Civil de São Paulo.
No sábado, o homem que, na
prática, é chefe das três Forças Armadas e a cargo de quem estaria a defesa da
nação afirmou: “Eu acho que [o ataque] é grave e acho que foi pobre a afirmação
da Polícia Civil de São Paulo porque não se trata de ter sido alguém organizado
ou não”.
Explico. A Polícia Civil de São
Paulo, de forma prudente, disse trabalhar com todas as hipóteses, inclusive a
de que seja um ato de vandalismo. É o certo. Mas Wagner exige que o PT seja
hoje tratado como vítima de uma ação organizada, de caráter político e
ideológico. Ele quer porque quer empregar a palavra “terrorismo”. Disse:
“Está se criando um clima no país em que alguém se acha no direito, seja ele
quem for — pode ser um cidadão comum — de chutar as costas do prefeito de
Maricá (RJ) ou de botar uma bomba explicitamente no local de trabalho de um
[ex-presidente]. Isso é inadmissível para qualquer um, porque o terrorismo é a
pior forma de se trabalhar as diferenças.”
Calma! A coisa não parou por aí.
O ministro procurou associar a bomba caseira aos que defendem o impeachment de
Dilma. Leiam: “A tentativa de quebra da regra da naturalidade da democracia é
que eventualmente embala loucos como esse que jogou a bomba. Porque outros, sem
serem loucos iguais [ao que arremessou o artefato], [o] embalam.”
Ah, entendi. Então defender o
impeachment da presidente e convocar uma manifestação, como a do dia 16 de
agosto, predisporiam loucos a jogar bombas caseiras… O país fez o maior
protesto político de sua história no dia 15 de março deste ano, e não se teve
notícia de um só incidente. Rui Falcão, presidente do PT, estava com Wagner e
também criticou a Polícia de São Paulo, chamando o episódio de um “ato de
violência contra a maior liderança que o país já produziu”. Ah… Se Lula fosse
apenas a quinta maior liderança, talvez a bomba fosse menos grave.
Discurso terrorista
Terrorista é o discurso dos petistas, inclusive o da presidente da República. Pra começo de conversa, faz uma brutal diferença um ato dessa natureza ter sido praticado por um grupo organizado ou por um delinquente qualquer. Se um ministro da Defesa não tem essa clareza, melhor fazer outra coisa. Aliás, Wagner ser titular da Pasta é um escárnio. Com que conhecimento de causa?
Lamento adicionalmente, diga-se,
que ele não tenha censurado seus pares de partido que dizem que o antipetismo é
coisa tão grave como o antissemitismo. Wagner estaria moralmente obrigado a
tratar do assunto: por ser petista, por ser ministro da Defesa e por ser judeu.
Em segundo lugar, ainda que ato
terrorista fosse, o que isso teria a ver com os que convocaram as marchas em
favor do impeachment para o dia 16? Todos os grupos que se ocupam da convocação
e da organização dos eventos têm sólidos compromissos com a democracia,
rejeitam a violência de qualquer natureza e defendem o império da lei.
Dilma, Wagner e Falcão precisam
ser mais responsáveis. Até porque há uma questão de natureza lógica: se ações
contra o PT servirão de pretexto para atacar os que protestam contra Dilma, a
melhor maneira de transformar em vilões os que o fazem é praticando ataques
contra o PT. Aí a a gente é logicamente obrigado a trabalhar com a hipótese de
que, na raiz de um ataque como aquele, podem estar justamente os adversários do
impeachment, não é mesmo?
Odorico Paraguaçu mandava pichar
nos muros de Sucupira “Odorico é ladrão” quando queria baixar o porrete na
oposição.
O Brasil não é Sucupira, Dilma!
(RAzevedo)
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