PF: ALMIRANTE DA ELETRONUCLEAR AMEAÇOU ‘METER BALA’ / OTHON LUIZ RECEBEU AGENTES COM VIOLÊNCIA, NO DIA DE SUA PRISÃO
O almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente
licenciado da Eletronuclear, reagiu com violência à chegada da Polícia Federal
em sua casa, na Rua Ipanema, Barra da Tijuca, Rio, às 6h, de 28 de julho.
Segundo relato dos agentes federais encarregados da missão, Othon Luiz, sob
suspeita da força-tarefa da Operação Lava Jato de receber propinas de R$ 30
milhões nas obras de Angra 3, estava trancado em seu quarto.
Ao ser alertado que a porta seria arrombada se não a
abrisse, o almirante ameaçou que “meteria bala”.
“Diante de tal afirmação, a equipe sacou suas armas e se
abrigou nos demais cômodos. Pedi a todos que se preparassem, pois diante das
palavras do senhor Othon Luiz Pinheiro da Silva, entendi ser necessário o
arrombamento da porta. Como não dispúnhamos de ferramentas, desferi dois chutes
na porta, na tentativa de arrombá-la. Neste momento, senhor Othon Luiz Pinheiro
da Silva veio em direção porta gritou que ia abri-la”, relatou o delegado
federal Wallace Fernando Noble Santos Soares, que comandava a equipe da PF.
Ainda segundo o delegado, ao abrir a porta, Othon Luiz, de
76 anos, partiu para cima de um agente, ‘mesmo tempo recebido ordem para sair
devagar com as mãos na cabeça’. Neste momento, o delegado Wallace e um agente
dominaram o almirante e o algemaram.
“Mesmo imobilizado algemado, senhor Othon Luiz Pinheiro da
Silva continuou inquieto gritando que não podíamos agir daquela forma, que ele
é um vice-almirante da Marinha que deveria haver no mínimo um vice-almirante da
Marinha no local. Expliquei novamente que se tratava de um Mandado de Busca
Apreensão expedido pela Justiça do Paraná que Polícia Federal estava no local
para cumpri-lo”, afirmou o delegado em relatório para a Coordenação da Lava
Jato.
O federal anunciou ao almirante que ‘se tratava de um
mandado de Busca e Apreensão expedido pela Justiça Federal do Paraná e que a
Polícia Federal estava no local para cumpri-lo’. Segundo o delegado, o alvo da
operação ‘foi se acalmando e as algemas foram retiradas para que se pudesse
iniciar a busca’.
“Após início conturbado, cumprimento do mandado seguiu sem
problemas, tendo senhor Othon Luiz Pinheiro da Silva auxiliado em tudo que lhe
foi solicitado, tendo, inclusive fornecido senha de acesso seu computador
combinação do cofre do imóvel localizado na Rua Ipanema, Barra da Tijuca/RJ”,
relatou o federal. (AE)
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