BANCO VÊ PERDA DE GRAU DE INVESTIMENTO DO BRASIL TALVEZ ESTE MÊS
ALBERTO RAMOS, DO GOLDMAN SACHS, TAMBÉM REVISOU PARA BAIXO
AS PROJEÇÕES PARA O PIB
O banco americano Goldman Sachs considera que aumentou a
probabilidade de o Brasil perder o grau de investimento, o que pode
acontecer ainda neste mês. A Moody's pode mover-se para fazer o
rebaixamento do rating soberano em um degrau, para Baa2, mantendo a perspectiva
negativa (potencialmente em até dois degraus, mudando para grau
especulativo), afirmam os economistas do Goldman Sachs Alberto Ramos, Mauro
Roca e Tiago Severo, em relatório distribuído nesta sexta-feira (7). No
documento, eles comentam sobre os eventos que podem ocorrer no
"agitado" mês de agosto para a economia brasileira. A informação é de
reportagem de Conrado Mazzoni para o site ofinancista.com.br.
O cenário-base do banco, porém, é que isso possa ocorrer no
ano que vem. "Ainda vemos risco significativo de piora adicional devido à
combinação de fatores externos, muitos catalisadores negativos domésticos e o
aumento da probabilidade de que o Brasil vai perder o grau de investimento em
2016", avaliam.
O Goldman revisou para baixo as perspectivas para o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção agora é de recuo de 2,1%
em 2015 e contração de 0,25% em 2016. A equipe do banco cita a recente
deterioração "acentuada" dos indicadores da economia real, o aperto
das condições de crédito e financeiras, a rápida piora do mercado de
trabalho, a queda adicional da confiança dos consumidores e dos empresários, no
segundo trimestre, e as crescentes incertezas políticas e institucionais.
"O quadro macroeconômico e o cenário
político/institucional se deterioraram drasticamente nas últimas semanas e
há uma preocupação crescente de que eles podem ficar significativamente piores
antes de melhorarem", afirmam os economistas.
A equipe do Goldman destaca que as condições de
governabilidade foram comprometidos pela forte queda na popularidade do governo
Dilma Rousseff, o impasse político e o atrito institucional.
Consequentemente, investidores locais e estrangeiros estão
cada vez mais preocupados de que o ajuste macroeconômico já desafiador se torne
uma crise macroeconômica mais árdua e com ruptura. "Em essência, o mercado
vem elevando a probabilidade de observar um 'evento de cauda' negativo [evento
extremo] no Brasil", afirmam.
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