Pedido de empresário por intervenção militar gera bate-boca na CPI da Petrobras
O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, confirmou em depoimento à CPI da Petrobras declaração feita à imprensa por ele em que pede uma intervenção militar no País.
“O senhor confirma a
declaração?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “O que
eu disse é que, do jeito que as coisas estão, é caso de uma intervenção militar
imediata e com pedido de eleição o mais rápido possível”, disse o empresário.
Bate-boca
A declaração provocou bate-boca
na CPI, com troca de ofensas entre deputados do PT e da oposição.
“Ele falou isso por causa dos
índices de popularidade da presidente Lula”, ironizou o deputado Delegado
Waldir (PSDB-GO).
“Não vamos admitir a defesa do
regime militar nesta Casa”, rebateu o deputado Leo de Brito (PT-AC).
“Estão querendo intimidar o
depoente e desviar a atenção”, reclamou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA),
autora do requerimento de convocação.
Denúncias
Auro Gorentzvaig está respondendo
perguntas do relator a respeito das denúncias que fez contra o governo Lula no
episódio em que sua família perdeu o controle da Triunfo em benefício do grupo
Odebrecht.
O empresário enviou uma denúncia
à Procuradoria-Geral da República em que acusa a Petrobras de ter adquirido
empresas do setor petroquímico por valores acima do valor de mercado e
repassado depois o controle das empresas à Braskem, subsidiária da Odebrecht.
Na denúncia, ele afirma que havia
um acordo pelo qual a Petrobras iria receber R$ 355 milhões pela sua parte na
Petroquímica Triunfo, mas recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117
milhões.
Luiz Sérgio questionou a credibilidade
da denúncia e chegou a afirmar que a família Gorentzvaig é parte de disputas
judiciais “contra tudo e contra todos há mais de 20 anos”. O deputado também
declarou que há uma tendência de concentração no setor petroquímico.
O empresário respondeu que a
tendência de concentração não pode servir de justificativa para a operação que
resultou na perda de controle da Triunfo. “Isso não pode ser desculpa para
permitir o monopólio”, sustentou.
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