CNT/MDA: avaliação positiva do governo Dilma cai para 7,7%; 62,8% são favoráveis ao impeachment
A avaliação positiva do governo Dilma Rousseff caiu para
7,7%, segundo a 128ª Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT/MDA),
divulgada hoje (21). A avaliação negativa passou de 64,8%, em março, para 70,9%
no levantamento feito entre os dias 12 e 16 de julho. Foram ouvidas 2.002
pessoas, em 137 municípios.
"A conclusão final da pesquisa mostra uma elevação do
pessimismo do brasileiro em consequência da alta do custo de vida, do aumento
da inflação, do crescimento do desemprego e da forte percepção sobre a
corrupção e a incapacidade do governo em resolvê-la", disse Clésio
Andrade, presidente da CNT.
A última pesquisa, divulgada em março, mostrou que 10,8% das
pessoas ouvidas consideraram positiva a avaliação do governo. Com o atual
resultado, o governo teve a menor avaliação positiva registrada pela pesquisa
desde outubro de 1999, quando o desempenho do governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso foi aprovado por 8% das pessoas.
Durante a campanha eleitoral, 41% dos entrevistados
consideraram o governo de Dilma positivo e 23,5% consideraram negativo. No
levantamento feito nos dias 27 e 28 de setembro do ano passado, 35% das mais de
2 mil pessoas ouvidas avaliaram a administração como regular e 0,5% dos entrevistados
não souberam ou não responderam no período pré eleitoral.
Avaliação pessoal de Dilma Rousseff
A avaliação sobre o desempenho pessoal da presidenta também
teve queda. No atual levantamento, 15,3% dos entrevistados aprovam a
presidenta, enquanto 79,9% desaprovam a atuação de Dilma Rousseff. E 4,8% das
pessoas não souberam avaliar ou responder. Em março, 18,9% dos entrevistados
avaliaram positivamente e 77% avaliaram negativamente e 3,4% não souberam dizer
ou não responderam.
Segundo Andrade, a presidenta tem pontos prós e contras que
podem definir seu futuro político. Entre os pontos negativos, o presidente da
CNT elencou a crise econômica, a crise no Congresso Nacional e a dificuldade de
articulação política do governo, além da análise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do
governo. Entre os favoráveis ao governo, Clésio Andrade apontou o
apoio dos movimentos sociais e a dificuldade de a oposição se unir com o
objetivo de visão única sobre o governo.
Emprego, saúde e educação
A expectativa dos entrevistados para os próximos seis meses
de governo mostrou que mais da metade (55,5%) acreditam em uma piora do cenário
de emprego no país, enquanto 15% apostam em melhora e 27,5% não acreditam em
mudanças, neste período. Sobre a renda mensal, mais da metade (50,2%) acreditam
que ficará nos atuais patamares.
Conforme a pesquisa, 13,6% dos entrevistados apostam em
melhorias na área da saúde no próximo semestre contra 47,5% que estão
pessimistas e acreditam que o setor vai piorar. Um cenário semelhante se repete
em relação às expectativas para a educação (15,1% apostam em melhora, 41% em
piora e 42,1% apostam que não haverá mudança).
Operação Lava Jato
De acordo com a CNT, dos 78,3% de entrevistados que ouviram
falar das investigações envolvendo a Petrobras, 69,2% consideram que a
presidenta é culpada pela corrupção e 65% acham que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva está envolvido no esquema. Entre os que acompanham as
investigações, 40,4% consideram que o maior culpado na Operação Lava Jato é o
governo, seguido pelos partidos políticos (34,4%), diretores ou funcionários da
empresa (14,2%) e construtoras (3,5%).
Ainda em relação à Lava Jato, os entrevistados se mostraram
pessimistas sobre resultados. Pelo menos 67% das pessoas ouvidas não acreditam
que os envolvidos serão punidos e por volta de 52% não apostam na capacidade do
governo de combater a corrupção na estatal. A maioria (90,2%) também não
considera que há exagero nas prisões e mais da metade dos 37,3% dos
entrevistados que sabem o que é delação premiada são favoráveis ao mecanismo. Pelo
menos 86% das pessoas avaliam que as denúncias prejudicam a economia do país.
Eleições 2018
Na projeção do cenário eleitoral de 2018, o levantamento
mostrou que no cenário de disputa entre Aécio Neves (PSDB), Lula (PT) e Marina
Silva, o tucano venceria com 35,1% dos votos, seguido por Lula com 22,8% e
15,6% dos votos para Marina. Na disputa entre Lula, Marina, Geraldo Alckmin e o
deputado Jair Bolsonaro, o ex-presidente venceria com 24,9% dos votos, seguido
por Marina (23,1%), o atual governador de São Paulo (21,5%), e o parlamentar
com 5,1%. Lula também venceria com 25% dos votos, se a disputa fosse com Marina
Silva (23,3%), o senador José Serra (21,2%) e Jair Bolsonaro (5,5%).
Em segundo turno, Aécio venceria com 49,6% o ex-presidente
que teria 28,5%. Alckmin venceria com 39,9% dos votos, seguido por Lula (32,3%)
e José Serra seria eleito com 40,3% contra 31,8% do petista.
Dos mais de 2 mil entrevistados ouvidos pela CNT, 44,8%
acreditam que se Aécio Neves tivesse vencido as últimas eleições, o governo estaria
melhor que o da presidenta Dilma. Para 36,5% dos entrevistados o governo
estaria igual e 10,9% avaliam que o governo do tucano estaria pior que o de
Dilma.
Impeachment
O percentual de pessoas favoráveis a um eventual pedido de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff também aumentou. Passou para 62,8% dos entrevistados
contra os 59,7% das pessoas ouvidas em março, favoráveis ao impedimento. Os
motivos elencados como principais para justificar o impeachment seriam
irregularidades nas prestações de contas do governo (25%), a corrupção na
Petrobras (14,2%), irregularidades nas contas da campanha (14,2%) e 44,6%
apontaram os três motivos como justificativa.
Mais da metade dos entrevistados (53,4%) consideram a
corrupção como um dos principais problemas do país. Para 37,1%, a corrupção é o
principal problema. (Infomoney)
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