TRUCULÊNCIA: MILÍCIA DE MADURO HOSTILIZA SENADORES BRASILEIROS EM CARACAS
AGRIPINO MAIA, ALOYSIO NUNES E AÉCIO NEVES FORAM RECEBIDOS
PELAS MULHERES DOS PRESOS POLÍTICOS VENEZUELANOS.
Um grupo de senadores brasileiros ficou sitiado por três horas
no aeroporto de Caracas, impedido de circular na cidade, em razão de ruas
bloqueadas, a pretexto da "transferência de um preso". O regime de
Nicolás Maduro também destacou suas milícias para "protestar" contra
a presença dos senadores.
A hostilidade ocorreu logo depois de os senadores deixarem a
base aérea, onde tiveram que "furar" o cerco dos batedores. Segundo o
senador Cássio Cunha Lima, ao ingressarem no ônibus, batedores tentaram
conduzir o grupo diretamente para o presídio, impedindo desta forma que os
parlamentares fossem recebidos pelas esposas dos políticos presos e pela
imprensa que aguardava o grupo no saguão do aeroporto.
A comitiva pretende chegar ao presídio para tentar visitar
Leopoldo López, preso por atuar como líder oposicionista ao governo venezuelano
Nicolás Maduro.
Os políticos viajaram a Caracas para visitar os presos
políticos venezuelanos, inclusive o prefeito da caital, encarcerados por
fazerem oposição aos chavistas. Integram a comitiva de senadores
o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), e os colegas Aloysio
Nunes (PSDB-SP), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Agripino
Maia (DEM-RN) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
O embaixador do Brasil, Ruy Pereira, conseguiu chegar ao
aeroporto para recepcionar os senadores, mas saiu rapidamente. A comitiva
chegou a deixar o aeroporto em uma van, mas um grupo da milícia chavista,
ligada ao governo Maduro, cercou o veículo, esmurrando-o e gritando "fora,
fora". O grupo de senadores decidiu retornar ao aeroporto, onde se encontra
"sitiado", segundo mensagem do senador Aloysio Nunes.
O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), atribuiu o
bloqueio ao "trânsito difícil" da capital vanezuelana.
Ainda segundo Cássio Cunha Lima, ao deixarem a aeronave,
eles foram filmados pelos militares. "Tivemos que furar o cerco dos
batedores venezuelanos para podermos nos encontrar com as esposas", disse.
Na chegada, Aécio Neves ressaltou que as manifestações não
só da região, mas de representantes de entidades de outras partes do mundo,
podem "sensibilizar" as autoridades venezuelanas para marcar eleições
livres e libertar os presos políticos. Há expectativa de que representantes do
Parlamento europeu desembarquem nas próximas semanas em Caracas em defesa da
libertação dos presos políticos.
A visita dos parlamentares brasileiros à Venezuela foi
considerada pela deputada Maria Corina Machado, oposicionista a Maduro,
"um gesto histórico". "O governo da Venezuela não quer que o
mundo conheça a nossa realidade de perseguição da imprensa e separação dos
poderes", disse. (Diário do Poder)
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