Ex-marido de Dilma admite que o governo cometeu estelionato eleitoral
Carlos quer que acreditemos que o governo só tomou
consciência da “gravidade da situação” durante a campanha
Flávio Ilha, de O Globo, perguntou ao advogado Carlos
Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, e conselheiro informal dela, se
o ajuste fiscal era inevitável. Resposta:
- Sim. Quem ganhasse a eleição [presidencial do ano passado]
teria de fazê-lo, com mais ou menos arrojo, com doses diferentes, mas teria de
fazer.
- Então a tese de estelionato eleitoral é correta? –
insistiu Flávio.
- Não diria isso. É que o governo tomou consciência da
gravidade da situação durante a campanha eleitoral. E aí, no meio da eleição,
não tem como mudar a política econômica. E nem dá para falar em crise, sendo
governo, durante uma campanha eleitoral. Então, eu vejo que se tratou de
preparar o país para, logo depois da eleição, adotar uma política para sair da
crise.
Carlos quer que acreditemos que o governo só tomou
consciência da “gravidade da situação” durante a campanha. Se de fato foi assim
é muito grave. Porque qualquer economista pé rapado sabia muito tempo antes da
eleição que a desastrosa política econômica do governo obrigaria o país a
passar por um duro ajuste fiscal.
Carlos admite que houve estelionato eleitoral quando diz que
durante uma campanha eleitoral o governo não pode falar em crise. Pode falar,
como Dilma falou, que o país estava uma maravilha, e negar que fosse promover
um ajuste fiscal caso se reelegesse. Mas não pode falar em crise.
Por negar a crise, pode mentir. Mas a verdade só pode ser
anunciada depois de fechadas as urnas, contados os votos, proclamados os
resultados.
Sei.
(R.Noblat)
0 comentários: