EVASÃO DE DIVISAS: PF ESTOURA CONEXÃO VENEZUELA-BRASIL-HONG KONG. EX-VICE-PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL ESTÁ PRESO
A Polícia Federal informou nesta quinta-feira, 11, que
pertence à estatal petrolífera venezuelana, a PDVSA (Petróleos de Venezuela),
uma das contas operadas pela organização criminosa alvo da Operação
Porto Victória para evasão de divisas daquele País. As transações eram
realizadas por meio de operações de comércio exterior fictícias fechadas em São
Paulo.
A PF identificou titulares de contas em Caracas, entre eles
empresários, interessados na fuga de capitais do País vizinho. Uma das contas
usadas é da PDVSA. “A Venezuela vive uma grave crise econômica e estão
aproveitando para tirar recursos de lá”, informou o delegado Alberto Ferreira
Neto, que integra a Delegacia de Repressão a Ilícitos Financeiros e Desvios de
Recursos Públicos, braço da PF em São Paulo.
Por meio da conta da PDVSA transitavam valores que, na ponta
da transação, iam parar no sistema financeiro de Hong Kong. Um paraíso
turístico daquele País asiático chama-se Porto Victória e deu nome à operação
desencadeada nesta quinta-feira, 11, pela PF.
Os agentes e delegados mobilizados – efetivo de 130
policiais – cumpriram 11 mandados de prisão, um deles do ex-vice-presidente do
Banco do Brasil, Allan Simões Toledo, hoje diretor do Banco Banif. A Porto
Victória apreendeu R$ 1 milhão em espécie – reais e euros – além de lingotes de
ouro e um diamante.
A PF informou que a próxima etapa da missão vai mirar em
clientes de doleiros que realizavam exportações fictícias para de maquinário
industrial para a Venezuela. Os contratos de câmbio e de comércio exterior eram
fraudados por meio de expedientes no Banif, com a participação de Allan
Toledo, segundo a Porto Victória.
Segundo a PF, o esquema se baseou na especialização da
retirada ilegal de divisas da Venezuela por meio de importações fictícias
promovidas por empresas brasileiras que tinham como fim somente a movimentação
financeira. Os produtos brasileiros eram superfaturados em até 5000% para
justificar a remessa dos valores vindos da Venezuela. Em geral, a documentação
indicava exportação de máquinas moedoras de carne e processamento de camarão.
Em seguida, empréstimos e importações simuladas justificavam
o envio dos recursos para Hong Kong, de onde então era encaminhados para outras
contas ao redor do mundo. ( Estadão)
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