GOVERNO VAI TORRAR R$ 56 MILHÕES EM PUBLICIDADE DE 'AGENDA POSITIVA'
A
IDEIA DO GOVERNO É DIVULGAR AS OLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO
O governo vai lançar uma campanha que prega a superação das
dificuldades e a união do País ao tratar da Olimpíada de 2016. Até dezembro
serão lançadas nove ações publicitárias, sendo sete delas com custo estimado de
R$ 56 milhões, incluindo a da Olimpíada - que ficará em R$ 12 milhões. Duas
ainda não foram orçadas.
Com o slogan "Somos todos Brasil", a propaganda a
ser veiculada na TV, no rádio e na internet, a partir deste mês, transmitirá a
mensagem de que é possível enfrentar crises e vencer. No momento em que a
presidente Dilma sofre ameaça de impeachment, o Planalto decidiu apostar na
divulgação de uma agenda positiva para mostrar que o governo não está parado.
Os filmes sobre os jogos olímpicos do Rio exploram a ideia
de que o País é capaz de se unir em torno de um projeto, apesar de suas
divergências. "Mesmo sendo um povo tão diferente, tão misturado, com
tantas cores, raças, pensamentos, religiões, somos um povo único, somos todos
brasileiros", diz um dos comerciais. Em outro trecho, um locutor afirma
que "todos estamos convocados para defender o Brasil não apenas nas
quadras pistas, piscinas, estádios (...), mas nas ruas e praças, táxis, praias,
bares, restaurantes, em todos os lugares", pois "agora somos um só
time (...), um time de 200 milhões".
A campanha da Olimpíada deve permanecer no ar por cerca de
15 dias. "Essa é uma oportunidade única de exposição, tanto nacional
quanto internacional, de um conjunto de assuntos referentes ao País",
afirma o secretário executivo da Secretaria de Comunicação da Presidência
(Secom), José Otaviano Pereira.
Vida real
Na tentativa de virar a página do ajuste fiscal, o governo
também vai investir em personagens da vida real para "vender" suas
ações, como a transposição das águas do Rio São Francisco, que no comercial
será apresentada por Francisco Lima, morador de Cabrobó (PE). Apesar das
denúncias de superfaturamento da obra - que começou em 2007, no governo Lula, e
deveria ter ficado pronta em 2012 -, o projeto é apresentado como
"integração que transforma vidas". "A propaganda vai ser muito
focada nos impactos regionais e nos efeitos da obra para a vida das
pessoas", afirma Pereira.
Das nove campanhas previstas até o fim do ano, a maioria tem
caráter de serviço, para divulgar ações do governo, como o Simples Doméstico e
o Programa de Proteção de Empregos. Outras são peças de "conscientização"
e abordam temas como racismo e violência contra a mulher.
Em 2016, o governo deve investir em propagandas para
divulgar as medidas tomadas na área da política econômica no
"pós-ajuste". Segundo o secretário executivo da Secom, há um debate
no Planalto sobre a necessidade de deixar mais claro para a sociedade o que
está sendo feito e quais as perspectivas para o País. (Diário do Poder)
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