Lula dá sinais de estar perto de jogar a toalha
Por Ricardo Noblat
Foi um Lula esgotado, aborrecido,
impaciente, sem imaginação que se apresentou ontem à noite para cerca de 200
pessoas reunidas na sede do Sindicato dos Bancários do ABC, na grande São
Paulo.
Sacou velharias do fundo da
memória. Do tipo: “Estou de saco cheio e cansado das mentiras e safadezas”. Ou
do tipo: “Estou cansado de agressões à primeira mulher a governar o país”.
Como se Dilma, pelo fato de ser
mulher, estar sendo agredida. Ou como se Dilma, pelo fato de ser mulher, não
poder ser criticada. “Não tem pessoa com caráter mais forte nesse país do que
ela”.
Há pouco mais de um mês, em
conversa com religiosos no Instituto Lula, o ex-presidente bateu em Dilma por
ela fazer “um governo de surdos”. Disse que ela estava “no volume morto”.
Quando um político não sabe o que
dizer, costuma se referir à perseguição movida pelos nazistas na Alemanha aos
judeus antes e durante a 2ª. Guerra Mundial. Foi o que Lula fez:
- O que a gente vê na televisão
parece os nazistas criminalizando o povo judeu, os romanos criminalizando o
povo cristão, os fascistas criminalizando os italianos. Sei que é difícil para
parte da elite brasileira aceitar certas coisas.
O que nazistas, judeus,
romanos, cristãos, fascistas e italianos têm a ver com as crises ora
enfrentadas pelo Brasil – a política, a econômica e a ética? Lula não explicou.
Seu abatimento, segundo
confidência de amigos, decorria das notícias que haviam lhe chegado a respeito
da reportagem de capa da revista VEJA deste fim de semana.
Segundo a VEJA, o empresário Léo
Pinheiro, ex-operador da construtora OAS em Brasília, começou a negociar com a
Justiça a delação premiada
Ninguém mais do que Léo sabe como
Lula enriqueceu depois de chegar à presidência da República. Foi ele que
reformou de graça o apartamento de Lula no Guarujá e seu sítio em Atibaia, São
Paulo.
Se, de fato, Léo abrir o bico,
Lula correrá o risco de ser engolido pela lama provocada pela Operação Lava
Jato.
Em certo momento do seu discurso,
Lula cometeu uma frase sem sentido: “Não é porque uma criança está com febre
que a gente vai enterrar. Mas foi em frente. Tocou de raspão na crise
econômica:
- Temos que dizer para todas as
pessoas que acham que o mundo vai acabar, que não há momento na história desse
país que o Brasil não tenha passado por uma crise.
Sim, e daí?
Para finalmente arrematar:
- Quem vem apostando no fracasso
deste País vai quebrar a cara.
Lula não é mais aquele. O que é
que se faz com ele?
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