Vergonha! Ministro da Justiça vai a Minas defender mulher do governador envolvida em graves denúncias de corrupção.
Questionado sobre o envolvimento de Carolina no caso,
Cardozo reagiu: "Temos o terrível hábito, às vezes, de condenar, execrar,
quando está em curso apenas uma investigação. Investigação é aquilo que se faz
quando não se tem prova definida para a culpabilidade".
O ministro disse ainda que, em caso de erro na investigação
da PF, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, eles serão corrigidos com o
exercício do direito de defesa. Ele não quis, contudo, tratar do mérito das
suspeitas sobre Carolina. "Se houver algum equívoco em qualquer operação
da PF, seguramente se esclarecerá e a justiça será feita. Por isso que nós
jamais podemos prejulgar nada", reiterou Cardozo.
Carolina foi alvo da Operação Acrônimo, desencadeada no
último dia 29 de maio. A Polícia Federal fez buscas num apartamento alugado por
ela em Brasília. Conforme as investigações, a primeira-dama é dona da Oli
Comunicação e Imagens, empresa que seria "fantasma" e teria sido
usada para movimentação financeira indevida pelo grupo do empresário Benedito
Rodrigues, o Bené, dono da Gráfica Brasil e diversas outras empresas. O empresário
foi um dos principais fornecedores da campanha de Pimentel.
A PF concluiu que a Oli é de fachada ao visitar o endereço
da empresa, em Brasília. No local, funcionaria a PP Participações, uma das
firmas de Bené, que seria usada no esquema de lavagem de dinheiro e desvio de
recursos públicos. Segundo os investigadores, não foi encontrada qualquer
evidência de que a Oli existisse, de fato.
Pimentel alega que a mulher é vítima de um equívoco da
Polícia Federal. A defesa de Carolina argumenta que Oli funcionou no endereço
em Brasília até meados do ano passado e, só depois disso, a outra empresa se
instalou.
Ao falar da possibilidade de equívoco nesta quarta-feira,
Cardozo repetiu uma possibilidade levantada por Pimentel. A visita a BH integra
um esforço do governo federal para dar apoio político ao governador Pimentel em
um momento de vulnerabilidade. Além de Cardozo, que anunciou investimentos em
Minas, passou pelo Palácio da Liberdade nesta quarta-feira o ministro da
Integração Nacional, Gilberto Occhi. "Ele (Pimentel) é uma pessoa acima de
tudo isso", afirmou Occhi, ao ser questionado sobre a revoada de ministros
a BH.
Desde a operação, Pimentel tem se esquivado de perguntas da
imprensa. Nesta quarta, deu as costas aos jornalistas e saiu antes de as
coletivas com os ministros se encerrarem. (Estadão)
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