Senadores brasileiros recusam convite para visitar opositores em Caracas
'Nós não vamos visitar os presos políticos porque não
queremos fazer uma intromissão interna', afirmou Roberto Requião (PMDB-PR)
De passagem por Caracas nesta quinta-feira, 25,
integrantes do grupo de senadores brasileiros composto por representantes do
PT, PCdoB, PDT e PMDB, recusaram o convite para visitar políticos opositores ao
governo de Nicolás Maduro, que se encontram presos. Na semana passada, a
tentativa de conversar com Leopoldo López, um dos principais líderes da
oposição venezuelana, foi um dos itens centrais da agenda do primeiro grupo de
parlamentares que esteve na Venezuela, liderados pelos senadores Aécio Neves
(PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Na ocasião, os políticos
brasileiros não conseguiram deixar o aeroporto de Maiquetía, que fica a cerca
de 21 quilômetros do centro de Caracas.
"Nos convidaram para ir ao presídio, mas não é esse nosso objetivo. Não
podemos chegar num país e nos dirigirmos para um presídio sem permissão. Nosso
objetivo é ouvir e não fazer um espetáculo", afirmou a senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM).
O convite foi feito pela esposa de Leopoldo López, Lilian Tintori, na passagem
do grupo de senadores pela sede do Partido Vontade Popular. O impasse ocorrido
com a primeira delegação de senadores também foi tema de conversa entre os
parlamentares brasileiros que estão hoje em Caracas e o representante da Mesa
da Unidade Democrática (MUD), composta por partidos opositores, Jesús
Torrealba. "Não ficaram porque não quiseram ficar. Vieram numa hora
imprópria", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR) no encontro realizado
com a MUD. "Nós não vamos visitar os presos políticos porque não queremos
fazer uma intromissão interna", completou.
No encontro, Torrealba apresentou um preâmbulo da situação política na
Venezuela, com críticas ao governo Maduro e pediu apoio dos parlamentares
brasileiros para que a próxima eleição parlamentar seja acompanhada por
organismos internacionais "qualificados". Segundo Requião, os
senadores têm interesse em acompanhar in loco a próxima disputa eleitoral,
marcada para o dia 6 de dezembro.
Na tarde desta quinta, o grupo se reúne com um dos principais líderes
opositores ao governo venezuelano, Henrique Capriles, que disputou a última
eleição presidencial e perdeu para Maduro por apenas 1,5% dos votos (Estado de
Minas)
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