Marcelo Odebrecht orienta destruição de provas em bilhete
Agentes que examinam correspondências dos presos na
carceragem de Curitiba acharam um manuscrito de Odebrecht aos seus defensores: “Destruir
e-mail sondas”
A Polícia Federal encontrou um bilhete em que o presidente
da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, orienta seus advogados a
destruírem provas que possam incriminar a empreiteira no propinoduto da
Petrobras. Na manhã da última segunda-feira, o quarto dia em que Odebrecht
estava na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, os agentes encarregados de
examinar a correspondência interna dos presos acharam um bilhete manuscrito de
Marcelo destinado aos seus defensores. O empreiteiro escreveu: "Destruir
e-mail sondas".
A Polícia Federal transcreveu o bilhete (confira na
imagem a seguir) - que chegou às mãos dos advogados - e reportou o caso ao
juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Os advogados Rodrigo Sanchez Rio e Dora Cavalcanti, que
integram a banca de defesa dos executivos, não entregaram o bilhete original
aos investigadores. Eles argumentaram que o verbo "destruir" seria
uma "estratégia processual" - e não a efetiva aniquilação de provas.
A PF deu prazo de 24 horas para a apresentação do manuscrito, mas não obteve
retorno até agora.
Para a Polícia Federal, não é a primeira vez que a Odebrecht
tenta destruir provas da participação da empreiteira no propinoduto. No caso de
Marcelo, os investigadores rastrearam mensagens de e-mails trocados entre o
executivo nos quais ele discute a contratação de navios-sonda e a possibilidade
de sobrepreço de até 25.000 dólares por dia. Na versão da defesa do
empreiteiro, considerada risível por policiais que atuam no caso, a palavra
"sobrepreço" não seria superfaturamento, mas sim um termo técnico
utilizado na conversa.
Em outro possível capítulo de destruição de provas na
Odebrecht, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na empresa em
São Paulo, representantes da Braskem, o braço petroquímico da empresa, foram
notificados para apresentarem arquivos de e-mails da do executivo Roberto
Prisco Ramos. Os dados, contudo, não foram apresentados na íntegra. (Veja)
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