APÓS POLÊMICA, ITAMARATY VAI LIBERAR DOCUMENTOS SOBRE LULA E ODEBRECHT
ITAMARATY SUGERIU BURLAR LEI PARA PROTEGER LULA EM INVESTIGAÇÃO
O Ministério das Relações Exteriores vai liberar os
documentos que citam a empreiteira Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, requisitados pela revista Época, e que seriam reclassificados do
caráter "reservado", com sigilo de cinco anos, para
"secreto", com 15 anos. A informação oficial deve sair por meio de
uma nota, a ser divulgada ainda esta tarde pelo ministério.
De acordo com informações do jornal O Globo, o diretor do
Departamento de Comunicações e Documentação do Itamaraty, João Pedro Corrêa
Costa, consultou a Subsecretaria-Geral de América do Sul, Central e Caribe e
outros departamentos do Itamaraty sobre a necessidade de se reclassificar os
documentos requeridos por um repórter da revista Época, já que o jornalista já
havia feito reportagens sobre as viagens internacionais do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e sua relação com a empreiteira. O Memorando, classificado
como secreto, teria sido distribuído no dia nove de junho para que as áreas
dessem resposta até o dia de hoje, quando vencia o prazo de 20 dias para
apresentar resposta ao repórter.
Classificados apenas como reservados, os documentos pedidos
pelo jornalista já deveriam ser públicos, já que o prazo de sigilo é de apenas
cinco anos. Se fossem reclassificados para secretos, o sigilo passaria a ser de
15 anos; ou seja, os mais antigos seriam abertos apenas em 2018.
De acordo com informações do Itamaraty, os documentos não
chegaram a ser reclassificados - a possibilidade ainda estava sob análise da
área - e serão liberados para consulta pública a partir desta sexta. A consulta
sobre a reclassificação seria praxe na época do vencimento dos prazos de sigilo
e quando os documentos possam ter relação com a presidência da República. No
entanto, o memorando citava especificamente o fato de repórter que pedira
acesso já ter feito reportagens sobre a relação de Lula com a Odebrecht e o
apoio internacional que o ex-presidente dá à empreiteira brasileira. (AE)
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