Dilma quer comprar aliados de Cunha. Alckmin, ela já tem de graça
As três principais medidas do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após romper com o PT são as seguintes:
1) Avaliar os pedidos de impeachment de Dilma Rousseff,
como mostrei aqui.
2) Autorizar as CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão.
3) Travar o ajuste fiscal desenhado pelo ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, como mostra a coluna Painel, da Folha. Para isso, Cunha
quer:
a) Enterrar a medida que prevê a repatriação de
cerca de R$ 30 bilhões aos cofres da União. “Não vou ajudar o Julio
Camargo [empresário que o acusa de pedir propina] a trazer dinheiro sujo lá de
fora”, disse o peemedebista a um interlocutor, segundo o jornal.
b) Realizar uma “operação tartaruga” na tramitação do
projeto que altera a desoneração da folha de pagamento para diversos setores da
economia.
Diante disso, Levy disparou telefonemas preocupado e “Dilma
orientou seus ministros a não subir no ringue contra o ex-aliado, mas o
Executivo atuará nos bastidores para enfraquecer a base política do
peemedebista. A articulação política do governo cogita lançar mão da
artilharia tradicional para tentar atrair seguidores do peemedebista: oferecer
cargos e emendas.”
Ou seja: Dilma quer comprar aliados de Cunha.
Quem ela não precisa comprar, porque já vem de graça, é o
governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Temendo que Temer (no caso de
impeachment) ou Aécio (no de cassação) assumam o governo e ganhem popularidade
no poder antes dele, Alckmin continua sabotando a oposição com os argumentos
mais representativos da bunda-molice tucana:
“De olho em 2018, Geraldo Alckmin vem recebendo
congressistas de outros Estados para tratar do cenário nacional. Nas conversas,
o tucano relata preocupação com um possível processo de vitimização do PT em
caso de impeachment de Dilma.”
O PSDB nunca vai derrotar o PT enquanto tiver medo da
vitimização do derrotado.
Mas Alckmin é capaz de espalhar o medo só para ser
derrotado mais uma vez. (Felipe Moura Brasil)
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