Antipetismo se aproxima do ‘cinturão vermelho’ - Rejeição a Dilma e a Lava Jato preocupa PT em redutos da periferia paulistana
Há 40 anos morando no bairro Piraporinha, no extremo sul de
São Paulo, o comerciante Oziel Duarte, de 63 anos, votou no PT em todas as
eleições desde que o partido foi fundado, em 1980. Na disputa pela capital em
2012, ajudou a região a registrar a maior diferença absoluta entre o petista
Fernando Haddad e o tucano José Serra no segundo turno. Agora, pensa diferente:
pela primeira vez, Duarte responde que pretende votar nulo nas próximas
eleições.
“Quando vejo o noticiário, só ouço falar de roubo e
corrupção”, disse o comerciante, ao expor as razões para não querer escolher um
candidato a prefeito no ano que vem. O relato de Duarte exemplifica um fenômeno
que mobiliza e preocupa os petistas a mais de um ano para a eleição municipal,
ao mesmo tempo que já norteia a estratégia dos partidos que aspiram ocupar a
cadeira de Haddad e impedir sua reeleição.
O alto índice de rejeição ao governo da presidente Dilma
Rousseff, que atingiu 68% em pesquisa do Ibope divulgada no começo de julho e
registrou o pior desempenho de um presidente desde o fim da ditadura, somado à
agenda negativa provocada pela Operação Lava Jato, estão cada vez mais próximos
dos eleitores do chamado “cinturão vermelho”, conjunto de bairros nos extremos
da capital que desde 2000 tem votado sistematicamente em peso no PT. (O Estado
de S. Paulo)
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